Opinião
Jogos inesquecíveis
Coluna [magis]+ comenta sobre os resultados dos Jogos 2016
Se antes havia dúvidas e um turbilhão de críticas, agora resta uma certeza: as Olimpíadas fazem muito bem ao país sede. E fazem muito bem principalmente por um simples motivo: revelam exemplos. Em um país onde as lideranças políticas em grande parte causam repulsa e tristeza, histórias de vida como a da judoca Rafaela Nascimento da Silva, do canoísta Isaquias Queiroz e do boxeador Robson Conceição inspiram e movem. O esporte, nesses 19 dias de jogos olímpicos, foi maior do que a política - sobretudo do que a rasteira política partidária.
Como se não bastasse a memória afetiva que também ficará destas Olimpíadas no Rio de Janeiro, sobreviverá por muito tempo ainda o transitar cheio de esperança - vencedor, sempre vencedor - dos atletas do Time de Refugiados. Não é exagero que se diga: em êxodo, os dez refugiados encontraram no Brasil, durante os jogos olímpicos, o espírito que animava o caminho à Terra Prometida. Ou, por que não?, a própria Terra Prometida. Que a paz e o entendimento vividos na Rio 2016 sejam um recado duradouro às relações políticas internacionais, às nações em guerra.
Antes de os jogos se iniciarem, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, foi certeiro e profético ao falar sobre os que foram expulsos de seus países: “Esses refugiados não tinham casa, time, bandeira ou Hino Nacional. Nós ofereceremos a eles uma casa na Vila Olímpica juntamente com os atletas de todo o mundo. O Hino Olímpico será tocado em sua honra e a Bandeira Olímpica os guiará dentro do Estádio Olímpico. Isso será um símbolo da esperança por todos os refugiados do mundo e deixará o planeta mais alerta para a magnitude dessa crise. E ainda será um sinal para a comunidade internacional de que os refugiados são seres humanos como nós e podem enriquecer as sociedades. Esses atletas refugiados mostrarão ao mundo que, apesar das tragédias inimagináveis que eles encararam, qualquer um pode contribuir para a sociedade por meio de seu talento, habilidades e com a força do espírito humano”.
O Brasil cresceu com as Olimpíadas e nas Olimpíadas. As sete medalhas de ouro fizeram o país saltar do 22º lugar em Londres para o 13º no Rio. A vitória do futebol masculino trouxe de novo um pouco do prazer perdido em torcer pela Seleção. O vôlei masculino encantou. E, com raça, também conquistou o ouro. Bernardinho, que deve se aposentar, deixará saudades. Aliás, ele talvez seja um dos principais sinais de que a aposta em trabalho sério, honesto e árduo sempre dará resultados.
Enfim, as mazelas e dificuldades brasileiras permanecem, sim. E, infelizmente, sabe-se que ainda terão vida longa. Contudo, as Olimpíadas souberam iluminar de novo, como muito se repetiu durante os jogos, uma verdade praticamente incontestável: o melhor do Brasil é o brasileiro. O mundo soube reconhecer nossa riqueza humana. Que ao longo dos dias não nos esqueçamos dela. Viva o Esporte!
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